Mis humores

Seguimos sin saber qué es la enfermedad, su cura y por qué dolemos. Podemos indagar en una respuesta poética mientras tanto.

(Nota: el volumen Mis humores será publicado en breve por Editorial Diecisiete en la serie Habitaciones.)

La escritura, el cuerpo y su desaparición

Un recorrido sin par por un territorio que atañe a la relación entre palabra y cuerpo, teoría y experiencia, arte y sufrimiento. Mediante una minuciosa aproximación a las obras del artista chino posconceptual Song Dong y de la poetisa y cineasta egipto‐francesa Safaa Fathy, Marcela Quiroz Luna tematiza incisivamente tres ámbitos, en un registro que es a la vez autográfico: la teoría y crítica de arte contemporáneo, el testimonio en sus dimensiones filosófica y literaria, y los estudios críticos de la “discapacidad”. Herida que es pensamiento que es herida. 

El trazo del agua

En el presente texto, Juan Pablo Anaya busca desbordar el relato del asesinato de su padre. Lo hace a través de la exploración de la historia material del lugar en que sucedió. Su escritura cavila sobre el duelo al llevar su memoria personal hacia registros sociales, políticos y tecnocientíficos. El agua, como otros motivos del relato, abre a un nuevo porvenir, que entraña una reinvención de su narración, al quedar iluminada por otra luz.

Fragmentos

El siguiente cortometraje experimental es la segunda pieza de la serie “Proyecto Intersexual”. Incorpora testimonios desde la alteridad, fragmentos de memoria que se han vuelto casi inaccesibles, imágenes que se desplazan como en un sueño evocando la pesadilla que fue y que no termina.

Conexões. Deleuze e Cosmopolíticas e Ecologias Radicais e Nova Terra e…

Neste volume da Coleção Conexões Deleuze, levamos adiante uma tentativa por fazer ressoar o pensamento de Deleuze com as “Environmental Humanities” onde modos de pensamento moderno como a filosofia, antropologia, educação, comunicação e artes se emaranham com modos extra-modernos de pensamento advindos de perspectivas ameríndias e mais no que humanas, para assim ativar potencias de afirmação do mundo e dos mundos em meio aos tempos catastróficos que temos que vivemos, em meio ao Antropoceno.  

Na primeira parte do livro e levando esta discussão adiante, encontraremos textos de pensadores indígenas como Ailton Krenak e Almires Martins Machado, de antropólogos como Tim Ingold e Stelio Marras, de artistas como Marcelo Moscheta e de filósofos como Déborah Danowski, Luiz B. L. Orlandi, Marco Antonio Valentim, Adrián Cangi, Erik Bordeleau, Brian Massumi e Erin Manning. Estes três últimos, integrantes do SenseLab, parceiro e intercessor chave do evento que deu origem ao livro e onde tomaram lugar as Imediações Aberrantes, serie de ocasiones coletivas de pensamento e de criação orientadas ao processo, onde quisemos questionar a economia e ecologia da universidade que sedimenta e torna impotente o pensamento. Nesse sentido, se a primeira parte do livro pensa como abrir linhas de fuga diante da atual crise ambiental, a segunda parte pensa e experimenta em ato o que é re-existir a uma universidade entristecida que tem esquecido quase que por completo que antes de todo deveria ser o lugar privilegiado para uma radical aventura do pensamento. Nesta segunda parte encontramos textos coletivos como gestos de aprendizagem desviante e colaborativa que abrem potências mais do que humanas e impessoais em escritas assinadas por autores como entre outros.

 Sebastian Wiedemann

 

Um seminário que chega à sua sétima edição, sempre com um título seguindo de “e” três pontos: nova terra e… máquinas devires e… territórios e fugas e… Desta vez o Antropoceno, tempo “marcado pelas catástrofes, pelas mudanças climáticas e nossa ação irreversível sobre as condições materiais de existência, sobre Gaia; parece que nos joga em  direção ao fim do mundo”. Mas a leitura do livro fará o leitor tomar outro rumo. Luiz Orlandi, Whitehead, Brian Massumi, Charles Sanders Peirce, Aylton Krenak, uma lista de nomes entre autores e citados… e autores citados… e citados autores… A questão via Deleuze e a filosofia da diferença é que a flecha inexorável e irreversível do tempo não vai no sentido que se acreditava, nem é uma só. A flecha vem do futuro, não vai ao futuro, ela também vem do passado, mas de um passado que é presente, lugar em que uma verdadeira pororoca temporal atravessa os que nela conseguem sobreviver. Vivemos hoje e sempre vivemos no entre, acontecemos no meio, como lembra Whitehead; a todo tempo são novos tipos de encontros, como diz Luiz Orlandi. O sujeito nasce do evento, e que evento é este? O encontro, o “entre” forças irreversíveis de futuro, forças irreversíveis de virtuais, forças de encontros entre Caos, Gaia, Chronos e Aion. Se o senso comum propaga a ideia de um mundo que é levado ao fim, o “fim do mundo”, “o fim do tempo de chronos”, o que este livro aponta é outra coisa, uma leitura necessária: não se trata de um fim do mundo, mas de um mundo inacabado. Só tem fim o que está acabado e é isto que nos relembra a todo tempo a filosofia do eterno retorno das condições do diferente. Daí o “e” três pontos, “e…”. Referência direta a um dos últimos textos de Deleuze, “Imanência: uma vida…”,  imanência-doispontos-uma-vida-três pontos, como já nos lembrava Agamben, ideia que agora reverbera neste livro, neste resultado impecável da organização de Antonio Carlos Amorim, Susana Oliveira Dias e Sebastian Wiedemann. A universidade se mantendo aberta, uma frase que resume todo o livro e que vem em meio ao texto daquele que abriu às leituras brasileiras o denso Diferença e Repetição de Gilles Deleuze, Luiz Orlandi.     

Silvio Ferraz